13/07/2011

15 de Julho de 2011 – Sexta-feira da 15ª Semana do Tempo Comum (Semana III do Saltério) – Ano A – Cor: Branco – São Boaventura, Bispo, Doutor da Igreja (Memória)

Êxodo 11, 10; 12, 1-14
Naqueles dias, Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do faraó. Mas o Senhor permitiu que se endurecesse o coração do faraó, e ele não deixou partir do seu país os filhos de Israel. 
O Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egito: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa. Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer. O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano, e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos. Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês, e toda a assembléia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá. Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. Não a comereis nem crua nem cozida na água, mas assada no fogo, a cabeça com as patas e as entranhas. Não deixareis dela nada até pela manhã; e o que restar dela pela manhã, queimá-lo-eis no fogo. Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés, e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor. E Eu atravessarei a terra do Egito naquela noite, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, desde os homens até aos animais, e contra todos os deuses do Egito farei justiça, Eu, o Senhor. E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo; e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio, quando Eu ferir a terra do Egito. 
Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, deveis festejá-la como uma lei perpétua.» 

Salmos 116 (115), 12-13.15-16bc.17-18
Como retribuirei ao SENHOR 
todos os seus benefícios para comigo?  
Elevarei o cálice da salvação, 
invocando o nome do SENHOR.  
É preciosa aos olhos do SENHOR 
a morte dos seus fiéis.  
SENHOR, sou teu servo,
filho da tua serva; 
quebraste as minhas cadeias.  
Hei de oferecer-te
sacrifícios de louvor, 
invocando, SENHOR,
o teu nome.  
Cumprirei as minhas promessas
feitas ao SENHOR 
na presença de todo o seu povo.

Evangelho segundo São Mateus 12, 1-8
Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Ao verem isso, os fariseus disseram-lhe: «Aí estão os teus discípulos a fazer o que não é permitido ao sábado!» Mas Ele respondeu-lhes: «Não lestes o que fez Davi, quando sentiram fome ele e os que estavam com ele? Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da oferenda, que não lhe era permitido comer, nem aos que estavam com ele, mas unicamente aos sacerdotes? E nunca lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa?
Ora, Eu vos digo que aqui está quem é maior que o templo. E, se compreendêsseis o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício, não teríeis condenado estes que não têm culpa. O Filho do Homem até do sábado é Senhor.» 

Afraates (?-c. 345), monge e bispo perto de Mossul (santo das Igrejas ortodoxas)
Exposições, nº 13, 1.3.9
«Permanece um repouso sabático para o povo de Deus» (Heb 4,9)
O sábado não foi estabelecido como uma prova que permita um discernimento entre a vida e a morte, entre a justiça e o pecado, tal como outros preceitos pelos quais «o homem que os observar viverá» (Lv 18, 5), ou morrerá se não os cumprir.  Não, o sábado, no seu tempo, foi dado ao povo, tendo em vista o repouso; tal como os homens, os animais também deviam parar de trabalhar (cf. Ex 23, 12). [...]
Se o sábado não tivesse sido instituído para o repouso de todos os seres que exercem um trabalho corporal, as criaturas que não trabalham, para serem justificadas, teriam de observar também o sábado desde a origem. Pelo contrário, nós vemos o sol avançar no céu sem cessar, a lua percorrer a sua órbita, as estrelas seguirem o seu curso, os ventos soprarem, as nuvens vogarem no céu, os pássaros voarem, os ribeiros jorrarem das nascentes, as vagas a agitarem-se, os raios caírem e iluminarem a criação, o trovão ribombar violentamente a seu tempo, as árvores darem os seus frutos e cada criatura crescer e fortificar-se. Na verdade, não vemos nenhum ser repousar ao dia de sábado, a não ser os homens e os animais de carga que estão submetidos à lei do trabalho.
A nenhum dos justos do Antigo Testamento foi dado o sábado para nele encontrarem a vida [...], mas a fidelidade ao sábado foi prescrita para que aqueles que se fatigavam com o seu trabalho, os servos, as servas, os mercenários, os estrangeiros e os animais de carga, pudessem descansar e refazer-se. Porque Deus cuida de toda a Sua criação, tanto dos animais domésticos como das feras, tanto dos pássaros como dos animais selvagens. Escuta agora qual é o sábado que agrada a Deus. Isaías disse-o: «Nisto consiste o repouso: deixem descansar os fatigados» (Is 28, 12). [...] Guardemos, pois, fielmente, o sábado de Deus; façamos o que agrada ao Seu coração. Entraremos assim no sábado do grande repouso em que o céu e a terra repousarão, em que toda a criatura é recriada.

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